quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Protestos continuam no Parque do Cocó em Fortaleza

Publicado em 09.08.2013

Manifestantes voltam a ocupar de forma pacífica o Parque do Cocó, em Fortaleza, acompanhados de perto pela Guarda Municipal.
Guilherme Fernandes/NE10

Guilherme Fernandes Do NE10/Ceará
 
Um pequeno grupo de manifestantes voltou a ocupar de forma pacífica, na manhã desta sexta-feira (9), o Parque do Cocó, em Fortaleza. Com a presença de guardas municipais na área, a ação acontece um dia após a desocupação e manifestação realizadas na quinta-feira (8). O grupo aguarda a chegada de mais pessoas para realizar uma assembleia e decidir as próximas ações.
Diferente dos acontecimentos e confrontos ocorridos que tumultuaram toda a quinta-feira no local, a Guarda Municipal de Fortaleza não impediu a entrada dos manifestantes no Parque do Cocó. Funcionários da Prefeitura de Fortaleza estiveram no local esta manhã para realizar a limpeza. Apesar da Prefeitura de Fortaleza te informado que ainda não foi notificada sobre o novo embargo das obras para a construção de dois viadutos, a intervenção está paralisada. Dois tratores permanecem no local, mas não estão em funcionamento.
A Justiça embargou, mais uma vez, as obras para a construção de dois viadutos entre as avenidas Engenheiro Santana Júnior e Antônio Sales. A 6ª Vara Federal expediu liminar, divulgada na noite de ontem, para atender à ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, no último dia 29 de julho, que estabelece multa diária no valor de R$ 10 mil caso a Prefeitura Municipal de Fortaleza, responsável pela obra, descumpra a determinação. 
A liminar que paralisou novamente as obras foi comemorada pelos manifestantes que estavam acampados há 27 dias na área do Cocó. A Guarda Municipal, através do Grupo de Operações Especiais (GOE), surpreendeu, ontem por volta das 4h da madrugada, os manifestantes com bombas de efeito moral. Segundo a Prefeitura, a ação foi em razão da insistência dos manifestantes que permaneceram no local de forma flagrantemente ilegal e que a operação ocorreu de forma pacífica, que entrou no acampamento promovendo a saída imediata dos manifestantes, sem a utilização de arma de choque ou bala de borracha.
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*Manifestantes voltam ao local do acampamento para definir as próximas ações.
Os manifestantes acampados no local dormiam quando a expulsão começou. Segundo eles, a operação usou balas de borracha e uma das bombas atravessou a barraca de uma manifestante e a feriu nas nádegas. Após a expulsão, o material do acampamento foi retirado e confiscado. A Guarda Municipal apresentou objetos apreendidos no acampamento, bombas de fabricação caseira, coquetéis molotov, baladeiras e bilas, que foram usadas contra os agentes. Os manifestantes negaram que o material seja deles.
Essa é a segunda vez que a obra é paralisada. A 2ª Vara da Fazenda Pública, em 16 de julho, juntamente com o recebimento de embargo administrativo, por parte da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), embargou a intervenção alegando que estava sendo realizada em área pertencente à União, não tendo a Prefeitura solicitado autorização. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) suspendeu a decisão uma semana depois e , no dia 26 de julho, foi a vez da SPU autorizar o município a realizar as intervenções.
Os manifestantes, que estavam acampados no parque desde o dia 12 de julho e foram expulsos na madrugada de ontem protestam contra a obra e a derrubada de árvores. O grupo voltou ao local do acampamento e vai passar o dia em assembleia para decidir as próximas ações.

FONTE: http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/nordeste/noticia/2013/08/09/protestos-continuam-no-parque-do-coco-em-fortaleza-435691.php

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